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Justiça 3 x Lula 0

Posted by Cottidianos on 00:24
Quinta-feira, 25 de janeiro


Todos os homens e mulheres em sã consciência vieram ao mundo para usufruir de uma vida bela, justa, e feliz. Todos, desde a mais tenra idade aspiram a esses objetivos. Entretanto, as pedras no caminho, as tempestades e os mares revoltos, por vezes nos desviam dessas aspirações iniciais, e muitos acabam não sendo possuidores dessas benesses.
Em grande parte, o que nos faz sair da rota são as paixões. Diferentemente do amor, as paixões são, por vezes, violentas, nos tiram a razão, nos deixam cegos. Paixões podem ser boas, nos ajudar a viver e até alegrar esse viver. O problema é quando as paixões se tornam obsessões. Paixões obsessivas é um verdadeiro perigo.
No imenso mar da vida, temos que ser capazes de dominar nossas paixões, e temos que ter o cuidado de não sermos dominados por ela. E quem se deixa dominar por elas é escravo, não é mais dono da própria razão. O individuo nessa situação, frequentemente, acaba achando que é certo aquilo que é errado, mesmo que uma coletividade lhe aponte provas contundentes de que ele está enganado. Por influencia das paixões, ele acreditará, piamente, que é ele quem está certo e toda uma coletividade está errada.
A filósofa, escritora, e professa, Marilena Chauí, na série Ética, produzida pela TV Cultura, assim diz:
Nos somos seres passionais. Nós temos paixões. E as paixões como o amor, o ódio, a cólera, a vingança, a tristeza, a alegria, a generosidade, elas atuam, agem sobre o nosso caráter, a nossa índole, e produzem resultados terríveis, nos colocam desorientados, na vertigem, desvairados, dilacerados, sem saber o que fazer. A imagem que os gregos usavam para mostrar o que eram as paixões agindo sobre o nosso caráter, sobre o nosso temperamento, era a de um barquinho solto no mar, durante a tempestade. E o barquinho sobe com as ondas, vai pro fundo da água, é arrastado pelos ventos pra direita, pra esquerda, fica sem destino, fica à deriva. E porque as paixões fazem isso conosco que é preciso a educação do nosso temperamento, do nosso caráter, e que é a educação da nossa vontade. A nossa vontade recebendo uma formação racional nos ajuda a escolher entre o bem e mal, entre o vício e a virtude. A ética, portanto, é essa educação da vontade pela razão para a vida justa, bela e feliz, a qual nós estamos destinados por natureza.
E porque fala esse texto de paixões?
Elas estão presentes de forma negativa em todos os campos onde se possam exercer os ideais, como por exemplo, na religião, nos times de futebol, nas agremiações, e causam um grande estrago. Nem é preciso citar casos violentos de torcidas organizadas, nem de fieis que matam e se matam em nome da religião.
Mas elas também estão presentes no campo político, nos grandes e pequenos partidos. Poderiam ser citados vários casos, mas atenhamo-nos, no presente momento, ao Partido dos Trabalhadores.
É impressionante a defesa que os militantes do PT fazem do ex-presidente Lula, e dos membros de seu partido. Desde o escândalo do mensalão fica evidente que o ex-presidente sabia de todos os desmandos que aconteciam na cúpula de seu partido e de seu governo. Com o desenrolar da Operação Lava Jato também ficou evidente que ele sabia de toda a lama que corria nos negócios escusos realizados na Petrobrás.
Antigos aliados, e agora delatores, inclusive um que já foi braço direito de Lula e homem forte do PT, Antonio Palloci, afirmou em depoimento que Lula tinha conhecimento da forma, nada constitucional, que as transações eram realizadas na estatal. Lula, porem, sempre afirmou que de nada sabia. Ora, pois se ele sabia, como afirmam os seus antigos comparsas, e se era ele quem comandava a nação, ele tinha mais que o direito de impedir a sangria que se realizava, às escondidas, na estatal brasileira, produtora do ouro negro, dentre outros produtos.
A militância do PT não. Estão cegos pela paixão. Não veem que, durante a gestão do Partido dos Trabalhadores, sob o comando de Lula e Dilma, foi instaurado no Brasil um dos maiores esquemas de corrupção do mundo. No meio de toda essa podridão que grassava em torno ao ex-presidente, Lula — e também da ex-presidente Dilma Rousseff — ele de nada sabia. Ora senhoras e senhoras, venhamos e convenhamos, para quem não olha para o partido com os olhos da paixão cega e desenfreada, as falcatruas saltam aos olhos. E o ex-presidente, talvez em uma atitude de deboche, ainda se deu, ele próprio, a alcunha de “a pessoa mais honesta do Brasil”.
Luís Inácio Lula da Silva

Nesta quarta-feira, 24, os olhos do Brasil e do mundo estiveram voltados para o TRF-4, em Porto Alegre, onde foi realizado o julgamento do recurso apresentado naquele tribunal contra a sentença na qual o juiz Sérgio Moro, condenou o ex-presidente a 9 anos e meio de prisão no caso do Tríplex do Guarujá. O fato aconteceu em julho do ano passado.
Na sentença, Moro dividiu a pena dessa forma: seis anos pelo crime de corrupção passiva, e mais três anos e seis meses pelo crime de lavagem de dinheiro. A pena na sentença dada por Moro poderia ser maior, mas foi atenuada em um ano, porque Lula já tem mais de 70 anos.
Ainda em julho, os advogados do presidente entraram com o recurso “embargos de declaração”, na qual pediam que Moro esclarecesse supostas omissões, contradições e obscuridades na decisão. Moro negou, em sua decisão nesse recurso, de que houvesse havido obscuridades no processo.
Diante dessa negativa de Moro, os advogados de defesa do ex-presidente, resolveram entrar com o recurso de apelação perante o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.
Foi este recurso que foi julgado hoje no TRF-4 e, por decisão unanime, os três desembargadores que julgaram o recurso reafirmaram a sentença dada pelo juiz Sérgio Moro, mantendo a condenação do ex-presidente, e ainda aumentando a pena de 9 anos e meio para doze, pelos crime de lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá.
Resta agora aos advogados de Lula, apresentarem mais um recurso: os embargos de declaração, que não tem poder de reverter a decisão, mas apenas esclarecer ambiguidades, pontos obscuros, algumas omissões e/ou contradições que tiverem havido no documento que oficializou a decisão, chamado acórdão. A defesa pode ainda recorrer ao Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. Todos esses recursos se afiguram protelatório para, quem sabe, haja tempo de Lula ser inscrito como candidato para as eleições deste ano.
Desde o início do processo que a defesa de Lula vem dizendo que não havia provas de que o apartamento era dele, e de que o julgamento é político. Maurício Gerum, procurador regional da República, rebateu as criticas. Gerum é responsável pela acusação nesse processo. Assim disse ele:
Tropa de choque é uma locução que incomoda, em seu sentido original, quando ela age, corporifica uma disfunção em um regime de liberdades. Uma tropa de choque com atuação nos mais diversos espectros foi criada para garantir a perpetuação de um projeto político pessoal, que não admite outra solução nesse processo que não seja a absolvição. Às favas com o que há no processo. Mais fácil dizer que não há provas para a condenação, que o julgamento é político, que não é possível condenação de inocente. E essas frases foram sendo repetidas como mantra, a ponto de se transformarem em conceitos dogmáticos para aqueles que veem no ex-presidente Lula o redentor de um país que estava dando certo, segundo os mais diversos interesses. O processo judicial não é um processo parlamentar. A técnica caracteriza a decisão judicial é incompatível com a pressão popular. A truculência dessa tropa de choque no processo judicial está muito próxima de configurar o crime de coação no curso do processo.
É verdade que a decisão tomada nesta quarta-feira, enquadrou o presidente na Lei da Ficha Limpa, e isso impede que ele seja candidato, mas como ainda há os tais recursos a serem apresentados pelos advogados de defesa, pode ser que Lula seja candidato ou não, depende da celeridade com que os recursos sejam julgados. A aplicação da Lei da Ficha Limpa depende do fim do julgamento e de que todos os recursos a serem apresentados pela defesa tenham sido esgotados.
Lula tem até o dia 15 de agosto para registrar sua candidatura. Quem avaliará se ele tem condições ou não de se candidatar é o Tribunal Superior Eleitoral, e uma das condições impostas pelo TSE é o de que o candidato não tenha sido condenado por um tribunal colegiado, que é o que acaba de acontecer com ele. A negação do recurso apresentado pelos advogados de Lula perante o tribunal colegiado o torna inelegível, mas quem vai dizer se, realmente, ele tem condições de concorrer é o TSE.
 E porque o PT, apesar de todas essas circunstâncias nebulosas que envolvem a situação atual o ex-presidente, ainda insiste na candidatura dele? O mais provável seja porque as estrelas do PT se apagaram todas. A única que ainda agoniza em brilho, em meio a um mar de denuncias de corrupção, e já com uma condenação, é justamente a de Lula, a quem as pesquisas apontam como bem cotado, se conseguir entrar na disputa. De qualquer modo, será constrangedor para o partido ter um candidato condenado em processo judicial. Na verdade, o PT está sem líderes, sem nomes para as próximas eleições. Se não tem Lula, parece não haver mais ninguém.
De certa forma, o PT está como os brasileiros que procuram votar conscientemente: sem opções e sem líderes. As eleições deste ano se afiguram para nós como um tiro no escuro...

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O Brasil que não queremos

Posted by Cottidianos on 00:27
Terça-feira, 23 de janeiro

A frustração, a apatia e a desesperança
   são alimentos que nutrem o fascismo, em todas as épocas
(Luiz Ruffato)



Um dos momentos mais importantes, senão o mais importante, na constituição de um país democrático é, sem dúvida, o voto, o ato de escolher os representantes do povo através do voto consciente. Nas ditaduras não há essa escolha livre. Tudo é imposto goela abaixo da população, gostando ela da bebida amarga ou não.
Aqui nessa pátria verde e amarela já experimentamos as duas coisas: o vinho amargo da ditadura e a suavidade do mel da democracia. Do primeiro não queremos mais nem saber, nem ouvir falar. Pelo menos é o que esperamos. Há quem, pequenos grupos é verdade, defenda a volta dos anos de ferro, esquecidos talvez, ou quem sabe insensíveis, aos gritos de dor e ao pranto que rolou nas salas maquiavélicas de torturas regime ditatorial. Pessoas que apanharam, foram humilhados de todas as formas, simplesmente por querer um país mais livre e que, em cujas veias, corresse o sangue da liberdade.
Aí veio a democracia e a capacidade de escolher... E ficamos frustrados. Frustrados, pois aquilo que deveria ser remédio, acabou sendo mal. A liberdade de escolher, através do voto os nossos representantes nos trouxe a decepção que ver que aqueles e aquelas que deveriam trabalhar em prol da população, aliaram-se aos grandes grupos empresariais e ruralistas e a eles se venderam, como se vendem e se oferecem as prostitutas de luxo a clientes endinheirados.
O eleitor brasileiro frustrou-se, ao descobrir que o dinheiro que poderia ser empregado na construção e melhoramento de escolas e hospitais, e no aparelhamento dos que fazem a segurança pública tinha como destino os paraísos fiscais, ou os cofres de gente ambiciosa, disposta a enganá-lo. Até se tinha alguma esperança quando se pensavam que o grupo de criminosos envolvidos na política eram um ou outro, mas depois que se descobriu que a coisa era generalizada. Aí sim, o eleitor entrou em parafusos.
Como um amado traído por aquela que, ardentemente desejou e esperou, se perde ele, eleitor, em dores de cotovelo, e entrega-se aos bares e copos da cidade e passa da sobriedade para um estado ébrio. Coisa perigosa, pois os ébrios se deixam enganar ainda mais facilmente. Não conseguem se equilibrar em seus débeis passos, e, como os incapazes, são ainda massa de manobra mais fácil, sendo carregados para aqui e para acolá, por gente que pode ser de boa intenção, quanto o contrário. Um amado traído é coisa perigosa pois pode se jogar nos braços da primeira que aparece, mesmo que essa outra que aparece seja uma loba vestida de cordeiro.
Esse estado ébrio, geralmente carregado e pesado pelas nuvens da desilusão, da apatia e da revolta, pode, com facilidade ser um caminho, uma porta aberta para os ditadores, fascistas, e aproveitadores...
O cenário eleitoral que se desenha para as próximas eleições não é nada animador. Não há, definitivamente não há, pelo menos não até agora, opções dignas de receber o voto dos brasileiros, salvo raríssimas exceções.
Lula apesar dos pesares, e para espanto e pavor de muitos, aparece em primeiro lugar nas pesquisas. Ainda há muita gente iludida e de olhos fechados, infelizmente. Por falar nele, o julgamento do ex-presidente foi marcado para esta quarta-feira (24), e os olhos do Brasil estarão voltados para Porto Alegre. A ansiosidade e curiosidade são grandes por parte de partidários de Lula e mais ainda pelos que não são partidários dele por saber como se desenrolará a questão. 

Outra ameaça é o candidato Jair Bolsonaro, cujo governo, se eleito, e pelas ideias defende, possa se desenhar pior que os governos do PT e do PMDB. Bolsonaro desponta em segundo lugar nas pesquisas, depois do petista.
O que seria um voto em Bolsonaro? Um voto de protesto? Eu vos pergunto: alguém, além dos terroristas, protestaria ateando fogo em seu próprio corpo? Isso seria insano. Seria por acaso um voto de esperança de restaurar a moralidade? Mas seria restaurar moralidade abrir a boca e sair disparando asneiras a torto e a direito? Não fazem isso os tolos?
É preciso muito cuidado, mais do que nunca é preciso cuidado, pois no desespero de querer fugir das raposas, pode acabar indo para na toca dos lobos... Depois, não adianta chorar lágrimas de crocodilo. Aí vai ser tarde demais...
Abaixo, este blog compartilha, texto escrito por Luiz Ruffato, colunista do jornal El Pais Brasil, e publicado naquele jornal no último dia 17 de janeiro, sob o título, Bolsonaro: é isso que queremos?
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Bolsonaro: é isso que queremos?
Uma seleção de declarações do deputado para que ele mesmo mostre alguns tostões do seu pensamento

LUIZ RUFFATO
17 JAN 2018

Jair Bolsonaro, eleito com 464 mil votos pelo Rio de Janeiro, terceiro deputado federal mais votado do Brasil, aparece, na última pesquisa Datafolha, como o segundo candidato mais lembrado para a Presidência da República, com 18% das intenções de voto, logo atrás de Luiz Inácio Lula da Silva, que se mantém com 36%. Na hipótese do impedimento da candidatura do petista, o que será resolvido no próximo dia 24, por meio de julgamento do Tribunal Regional Federal do Rio Grande do Sul, Bolsonaro cresce para 21%. Ou seja, em ambos os cenários, o ex-capitão do Exército disputaria o segundo turno.
Em seu sétimo mandato na Câmara dos Deputados, Bolsonaro vem se beneficiando com o discurso da galopante deterioração do país, provocada pela pior recessão da história; pela dissolução completa dos sistemas de saúde e educação; pelo caos na segurança pública; e, principalmente, pela desmoralização da classe política e do Poder Judiciário, mergulhados ambos na corrupção e nos desmandos, e pela desmobilização dos movimentos populares. A frustração, a apatia e a desesperança são alimentos que nutrem o fascismo, em todas as épocas.
De olho no eleitorado evangélico, Bolsonaro, que se diz católico fervoroso, foi batizado nas águas do rio Jordão, em Israel, no dia 12 de maio de 2016, pelo pastor Everaldo Dias Pereira, um dos líderes da Assembleia de Deus e presidente do PSC (Partido Social Cristão), ao qual o deputado pertencia até agosto do ano passado – agora mudou-se para o PSL (Partido Social Liberal), décimo partido ao qual se filia. Tendo como principal bandeira de sua campanha a lisura parlamentar e a honestidade pessoal, o patrimônio de Bolsonaro e de seus três filhos, todos políticos, multiplicou-se e hoje alcança R$ 15 milhões, distribuídos em treze imóveis em áreas valorizadas do Rio de Janeiro e Brasília, segundo levantamento da Folha de S. Paulo.
Mas, quem é e quais são as opiniões de Jair Bolsonaro, esse homem que pode vir a governar o Brasil a partir de 1° de janeiro de 2019? Deixemos que ele mesmo exponha alguns tostões do seu pensamento.
Democracia
- “Se fosse eleito, não há a menor dúvida, daria golpe no mesmo dia. Já que é o presidente que manda, faz logo uma ditadura”. (23-05-1999 – Programa Câmera Aberta, TV Bandeirantes)
- “Através do voto, não vai se mudar nada neste país. Só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil marginais”. (23-05-1999 – Programa Câmera Aberta, TV Bandeirantes)
Impostos
- “Bobos somos nós, que estamos pagando impostos. Inclusive, conselho meu, e eu faço: Eu sonego tudo o que for possível. Se eu puder não pagar imposto, eu não pago”. (23-05-1999 – Programa Câmera Aberta, TV Bandeirantes)
- “Quem hoje em dia e no passado nunca se indignou com a sua carga tributária? Hoje o povo, como um todo, só não sonega o que não pode. Eu, representando o povo, desabafei naquele momento isso”. (11/01/2018 – Folha de S. Paulo)
Mulheres
- “Tudo que as bichas têm a oferecer, as mulheres têm e é melhor”. (04-04-2011, Programa CQC, TV Bandeirantes)
- “Eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? ‘Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade...’ Quem que vai pagar a conta? O empregador. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano. Por isso que o cara paga menos para a mulher!". (10-12-2014, Rádio Gaúcha / Zero Hora)
- “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, aí no quinto eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”. (03-04-2017 – Clube Hebraica, Rio de Janeiro)
- “O dinheiro do auxílio-moradia eu usava para comer gente”. (11-01-2018, Folha de S. Paulo)
Afrodescendentes
- “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Acho que nem pra procriar ele serve mais”. (03-04-2017 – Clube Hebraica, Rio de Janeiro)
Cotas raciais
- “Sou contra as cotas raciais, porque todos nós somos iguais perante à lei. A Constituição diz que o acesso ao terceiro grau é pelo mérito. E não existe esse negócio de política afirmativa não. Quem usa cota, no meu entender, está assinando embaixo que é incompetente. Eu não entraria num avião pilotado por um cotista. Nem aceitaria ser operado por um médico cotista”. (04-04-2012 – Programa CQC, TV Bandeirantes)
Tortura
– “Eu sou favorável à tortura”. (23-05-1999 – Programa Câmera Aberta, TV Bandeirantes)
- “Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra, o pavor de Dilma Rousseff (...) o meu voto é sim pelo impeachment” (17-04-2016 – Votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O coronel em questão é conhecido por ser um dos maiores torturadores da época da ditadura militar)
- “O erro da ditadura foi torturar e não matar”. (08-07-2016 - Programa Pânico, Rádio Jovem Pan FM)
Questão de gênero
- “P: Tem algum homossexual na família? R: Graças a Deus, não. Eu desconheço. Se tivesse, nem quero pensar”. (14-02-2000 - Isto é Gente)
- “P: O que pensa sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo? R: Eu sou contra. Não posso admitir abrir a porta do meu apartamento e topar com um casal gay se despedindo com beijo na boca, e meu filho assistindo a isso”. (14-02-2000 - Isto é Gente)
- “P: O que você faria se tivesse um filho gay? R: Isso nem passa pela minha cabeça, porque eu dei uma boa educação. Fui um pai presente, então não corro esse risco”. (04-04-2011 – Programa CQC, TV Bandeirantes)
Pena de morte
- “Eu sou favorável à pena de morte”. (14-02-2000 - Isto é Gente)
- “Acho que o fuzilamento é uma coisa até honrosa para certas pessoas”. (14-02-2000 - Isto é Gente)
Segurança pública
- “Eu acho que a polícia brasileira tinha que matar é mais. Violência se combate com violência”. (05-10-2015 – Vídeo)
- “Policial que não mata, não é policial”. (27-11-2017, O Globo)
Se for presidente
- “Se eu um dia tiver o mandato de presidente, o pessoal da Anistia Internacional não vai mais interferir na vida interna do nosso país”. (05-10-2015 - Vídeo)
- “Para ministro da Educação vai ser convidado um general que já tenha um comando de colégio militar ou um civil que queira realmente botar ordem na casa. Botar um ponto final na ideologia de gênero, na questão de doutrinação na escola”. (20-03-2017 – Programa The Noite, SBT)
- “Se eu chegar lá, não vai ter dinheiro pra ONG. Esses inúteis vão ter que trabalhar. No que depender de mim, todo cidadão vai ter uma arma de fogo dentro de casa. Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou quilombola”. (03-04-2017 – Clube Hebraica, Rio de Janeiro)
- “Colocaria vários militares nos ministérios. O militar, até pela sua formação, você dá uma ordem pra ele, ele cumpre ou retorna e diz porque não pode cumpri-la. A gente precisa de hierarquia e disciplina para alcançarmos a ordem e o progresso”. (10-06-2017 – Show Tube).

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Um mar de esperanças nos céus do Brasil

Posted by Cottidianos on 00:14
Sexta-feira, 12 de janeiro

Réveillon 2018 em Copacabana

5, 4, 3, 2, 1.

A escuridão da noite que recobre a casa de Iemanjá vai embora e, como num passe de mágica, o breu dá lugar a uma chuva de fogos de artifícios das mais variadas cores e formas. Toneladas deles — nesse ano de 2018 foram 25 toneladas  — fascinam e encantam a multidão que assiste a esse fantástico espetáculo tecnicamente musicado e coreografado que se desenha nos céus de Copacabana na festa de Réveillon. A cada ano, o espetáculo fica mais técnico, mais seguro, e mais belo que nos anos anteriores. Esse ano durou cerca de 17 minutos. Se quisermos colocar um pouco de poesia na cena, diríamos que, sob as bênçãos do Cristo Redentor, os céus do Rio de Janeiro choram de alegria.

Pessoas de todos os cantos do mundo acorrem ao Rio para essa festa espetacular. Enquanto os fogos explodem nos céus, formando figuras geométricas como corações, carinhas felizes, espirais, círculos, e estrelas, a 500 metros das areias da praia de Copacabana, na beira da praia, os espectadores explodem os seus champanhes, desejam-se uns aos outros votos de um ano próspero e cheio de paz.

Definitivamente não é uma festa para os excluídos, o que não os impedem de que, em algum lugar da cidade, eles vejam os clarões e o estampidos dos fogos. Alguns deles enfiam-se entre a multidão numa relação puramente comercial, afinal capitalista é o mundo em que vivemos e, para alguns, é preciso faturar algum dinheiro enquanto os outros se divertem. Fazem isso os hotéis, os restaurantes, e também aqueles que tiram da atividade comercial o básico para o sustento de suas casas e famílias. Guarde-se os lucros nas devidas proporções de cada um.

Menino a olhar os fogos em Copacabana - Foto: Lucas Landau
No meio da multidão, um fotografo experiente, sensível, e competente, conseguirá registrar belas imagens. Foi o que fez o fotografo Lucas Landau, que registrava átimos de momento para a agência Reuters.

Foi o fotografo que captou o belo momento registrado na foto acima. Nela se vê o fascínio de uma criança negra e pobre, habitante de uma das favelas do Rio. Da foto pode se fazer uma série de leituras da realidade, tais como raça, posição social, desigualdade social, ou apenas a arte de apreciar o belo expressado no olhar de uma criança.

O menino é filho de uma vendedora ambulante que desceu o morro, junto com os filhos, e percorreu os 17 quilômetros que separam o humilde barraco onde habitam das areias da famosa praia, tão belamente cantando no verso da canção escrita por João de Barro (braguinha) e Alberto Ribeiro “Copacabana, princesinha do mar, pelas manhãs tu és a vida a cantar, e à tardinha o sol poente, deixa sempre uma saudade na gente”.

A vendedora foi à praia vender chaveiros entre parte dos 2,5 milhões de pessoas que comemoravam o Réveillon nas areias cariocas. Quando começaram a pipocar os fogos, o menino aproveitou para entrar no mar e dar um mergulho na magia daquele momento. A foto ganhou proporções e repercussões maiores do que o autor dela esperava. Também suscitou muitos debates, tendo repercutido, inclusive, em jornais internacionais. Os motivos pelos quais a foto foi tão debatida, alguns deles já expostos acima, não serão objetos desta postagem, apenas essa cena, tanto a festa, quanto a foto, de certo modo, se conectam com o nosso momento brasileiro atual, traçando com ele um paralelo.

Enquanto o mar de Iemanjá, orixá regente das águas marinhas, chora de alegria com tanta beleza, luz, e cor, os céus da Justiça, regido pelo orixá Xangô, choram de tristeza por ver tanta podridão e descaso para com a população brasileira.

Dos altos escalões do governo, passando pelas instituições, pelos empresários, e entrando no seio da sociedade, a corrupção campeia livre e soberana pela nossa pátria. É possível dizer que, mais que um governo corrompido, temos uma sociedade que se deixou corromper. E por ter se corrompido, e se deixado corromper, entrou num labirinto do qual é difícil sair, pois são muitos os caminhos que não levam a lugar algum. Nesse emaranhado de caminhos sem saída, fica complicado achar a ponta do novelo que nos levará a saída para o iluminado caminho da ética e da moralidade. Na verdade, esse é um esforço, uma busca que deve ser feita por cada cidadão brasileiro, a começar pelos dirigentes que formam a elite política da nação.

Entretanto, pelo andar da carruagem, não há o menor esforço por parte destes últimos em encontrar a saída do labirinto da corrupção. O governo atual parece estar se lixando para o que a sociedade considera ou não ético. Nele, os interesses do estado, do cidadão, e das instituições, são, claramente, relegados a segundo plano. A cada ato, a cada ação do governo, as manobras se repetem.

Roberto Jefferson e Cristiane Brasil
Por exemplo, veja-se essa queda de braços do governo com a justiça por causa da nomeação da deputada, Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson, para o Ministério do Trabalho, caso já citado na postagem anterior.

Depois de o presidente Michel Temer desistir da nomeação do deputado federal Pedro Fernandes (PTB-MA), simplesmente porque Sarney não concordou com a nomeação do deputado, e de aceitar indicação de Cristiane Brasil (PTB-RJ), para o comando do Ministério do Trabalho, Temer agora briga com a justiça para que a nomeação de Cristiane seja efetivada.

A posse de Cristiane era para ter ocorrido na terça-feira (09), entretanto foi suspensa na noite da segunda-feira (08). Um grupo de advogados trabalhistas entrou com ação cada qual nas comarcas em que atuam, com o objetivo de impedir a posse. Um desses advogados é Carlos Alberto Patrício de Souza, advogado de um dos motoristas que moveu o processo trabalhista contra a deputada Cristiane Brasil. Leonardo da Costa Couceiro, da 4a Vara Federal de Niterói, acatou o pedido.

O governo devia estar tão confiante que derrubaria a liminar que manteve a solenidade de posse, marcada para as três da tarde da terça-feira. Os convidados também tinha a mesma convicção e compareceram ao Palácio do Planalto, mas deram com a cara na porta. Não foram autorizados a entrar.

A Advocacia Geral da União até havia entrado com pedido de suspensão da liminar, perante o Tribunal Federal da 2a Região, porém, o desembargador federal Guilherme de Couto Castro negou o pedido, mantendo dessa forma, a decisão dada anteriormente pelo juiz Leonardo da Costa Couceiro, da 4a Federal de Niterói (RJ).

A vontade de não desagradar o PTB é tão grande que o governo até ensaiou recorrer ao Supremo Tribunal Federal, mas desistiu e, em vez disso, protocolou, na terça-feira (08), outro recurso junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) ainda tentando reverter a decisão que impediu a posse de Cristiane.  

Para isso, o presidente se reuniu antes com Cristiane Brasil e com o pai dela, para analisarem o cenário mais favorável a eles. O primeiro seria o de que a ministra Carmem Lúcia, indeferisse de imediato o pedido, e o segundo, o de que a mesma resolvesse levar o caso ao plenário do STF, coisa que só deveria ocorrer em fevereiro, devido ao recesso do Judiciário. Acharam melhor então tentar mais uma vez junto ao TRF-2.

Por fim, o presidente deixou para a semana que vem a decisão sobe a questão. Antes, porém pediu que a AGU estudasse os possíveis cenários para a posse de Cristiane, os caminhos possíveis e as possíveis consequências de cada decisão.

A causa de tanto querer agradar ao PTB é que o partido tem garantido votos ao governo quando necessário, e o governo precisa de votos para aprovar a reforma da Previdência. Por causa disso, arma todo esse circo.

Não são apenas os dois motoristas que processaram a deputada Cristiane Brasil. Em pelo menos mais um caso, ela foi processada pela empregada doméstica em 2003, mais uma vez, por causa de direitos trabalhistas não respeitados. A empregada alegou no processo que a patroa não fazia o recolhimento de contribuições previdenciárias. Em 2005, houve uma audiência de conciliação e Cristiane concordou em pagar R$ 500 de indenização.

Imaginem os senhores e senhoras como deve ser a relação entre patrão-empregado de Cristiane para com seus empregados. Para assumir um ministério tão importante como o Ministério do Trabalho, é preciso, pelo menos, que se conheça de leis trabalhistas, coisa que a deputada federal parecer desconhecer.

Com essa sede votos pela reforma da Previdência, com toda essa submissão aos partidos e seus caciques, o presidente Michel Temer tem transformado questões de suma importância para os rumos da nação em detalhes qualquer, coisas sem importância.

Naquele momento fugaz, na festa de Réveillon deste ano em Copacabana, o fotografo, Lucas Landau, captou o olhar extasiado do garoto dentro do mar, a olhar os fogos coloridos. Se Landau fosse em busca de registrar momentos nas favelas do Brasil afora, não captaria olhares extasiados, mas sim, olhares carentes, desejosos de um futuro melhor, com mais esperança e qualidade de vida dignas. Quisera Deus, que as crianças que habitam as favelas, e as crianças que habitam cada recanto desse Brasil, olhassem para os céus e ficassem fascinadas com a luz da esperança que deveria brilhar sempre sobre elas que, como todos nós, se abrigam debaixo das asas da pátria mãe gentil.

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República de bananas

Posted by Cottidianos on 00:46
Domingo, 07 de janeiro


Já passava das seis horas da tarde de sexta-feira (05), quando descia uma das movimentadas ruas do centro de Campinas, São Paulo. O horário de verão propiciava que o sol ainda desse o ar da graça mesmo naquele horário. A maioria das lojas comerciais já havia fechado às portas. Apenas permaneciam ainda abertas lojas do setor alimentício. Diversas pessoas ainda passavam pelo centro.
Fazia uma tarde quente e agradável. Passei por uma família formada por pai, mãe, e uma criança aparentando cerca de uns dois anos de idade, provavelmente menos. O menino caminhava à frente dos pais, mas bem próximo a eles. O pai, com um sorvete na mão, a mãe com outro, e a criança, com agua na boca, exigia, do jeito e na linguagem infantil que é peculiar a qualquer criança nessa idade, um pouco daquela delícia. Os pais ignoravam o pedido da ansiosa criança. Talvez por não querer que a criança tão bem arrumada se lambuzasse toda de sorvete.
Parei um pouco, e me dirigi, em tom de brincadeira, mas parecendo sério, ao pequeno, e lhe disse:
— É isso mesmo, pequeno, você tem que exigir os seus direito. Seus pais se deliciando com sorvetes e você sem nada. Não fique calado. Exija os seus direitos.
O menino pareceu tomar como séria a situação, e do seu jeito, tentou me dizer exatamente o que eu já havia percebido: que ele queria sorvete e os pais se recusavam a deixa-lo lambuzar-se com aquela delícia. Os pais riram. Eu também. E me continuei meu caminho. Não sem antes, por sobre os ombros, notar que a mãe havia satisfeito o desejo da criança.
Depois do caso passado, fiquei pensando no ocorrido, e cheguei à conclusão de que é isso mesmo que, de forma similar, acontece em nosso país.
Os políticos estão se labuzando de gostosos e caros sorvetes, e nós não estamos tendo a atitude daquela criança com a qual dialoguei na rua. Nós não estamos reivindicando nossos direitos.
O povo, de modo geral, encontra-se como que num estado letárgico.  E assim, eles, os políticos, continuam usurpando as riquezas do nosso país e fazendo tudo o contrário do que deveriam fazer.
Um exemplo disto é a nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). Cristiane é filha do ex-deputado Roberto Jefferson, pivô do escândalo do mensalão, e atual presidente do PTB.
A vaga ocupada pela filha de Jefferson era para ser do deputado federal, Pedro Fernandes (PTB-MA). O deputado havia sido indicado pelo partido para ocupar a vaga de Ronaldo Nogueira (PTB-RS), e a data da posse até já havia sido escolhida pelo governo Temer.  Porém o nome do deputado foi vetado pelo ex-presidente José Sarney.
O motivo do veto foi uma disputa política no estado do Maranhão. Sarney ainda é cacique do PMDB, presidente de honra de partido, possui forte influencia no governo Temer, e no próprio partido. Sarney percebeu rápido que a nomeação de Pedro Fernandes fortaleceria o governador Flávio Dino (PC do B), forte adversário de Sarney no estado.
Na quinta-feira (04), o governo nomeou então, Cristiane Brasil para comandar o ministério do Trabalho. O ex-deputado Roberto Jefferson, pai de Cristiane, até chorou lágrimas de crocodilo ao fazer o anuncio do fato.
Com a nomeação da nova ministra do Trabalho constata-se mais uma vez que o que move a máquina estatal no Brasil não é a vontade de acertar, de fazer o que é melhor para o país, mas sim, os conchavos, rixas, e acordos políticos.
Cristiane assume o ministério e já respondeu perante a justiça por não assinar a carteira profissional de dois motoristas particulares contratados para serviços em sua residência particular.
Um deles é Fernando Fernandes Dias. Durante mais de três anos, o motorista prestou serviços para a deputada sem que esta fizesse o registro em carteira. Em entrevista ao Jornal Nacional, ele afirma que vistoriava os carros, o seguro, levava os filhos da deputada para a escola, médicos, psicólogos, e que levava a empregada para fazer as compras do mês.
O outro que entrou com ação na justiça foi Leonardo Eugênio de Almeida Moreira. Leonardo trabalhou por mais de um ano na casa de Cristiane também sem registro em carteira. Quando ele questionava a patroa sobre essa irregularidade, ela sempre vinha com promessas de encaixá-lo em algum cargo público futuramente.
Em fevereiro deste ano, Cristiane foi condenada a pagar mais de R$ 60 mil a Fernando. Apesar de o processo já ter transito em julgado, o empregado diz que ate hoje não recebeu esse dinheiro.
No segundo processo, movido por Leonardo Moreira, ela foi condenada a pagar uma indenização de R$ 14 mil parcelada.
Apesar desse flagrante desrespeito às leis trabalhistas, a deputada foi nomeada ministra. Esse é o nosso Brasil. Esse é o nosso governo.
Outro caso emblemático vem do governo de Minas Gerais. Lá, César Augusto Monteiro Alves, o novo diretor nomeado para o DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito), pelo governo Fernando Pimentel, acumula 120 pontos na carteira de motorista. A maioria das multas recebidas pelo órgão do qual ele agora é presidente, foram por excesso de velocidade.
Em 18 vezes ele recebeu multas por excesso de velocidade. Ele também já foi multado por avançar o sinal vermelho, o que caracteriza infração gravíssima.
E assim, foi nomeado para um cargo de diretor de um órgão, cuja finalidade é promover a segurança do trânsito e da cidadania, e promover ações políticas para reduzir o número de acidentes de trânsito, um cidadão com 120 pontos na carteira.
Enquanto os políticos brasileiros continuarem praticando esse tipo de clientelismo, esse modo nada ético de se fazer política e de administrar o país, e as cidades, o Brasil continuará andando sempre em círculos, sem sair do lugar. E assim sendo, a terra que “em se plantando tudo dá”, exaltada por Pero Vaz de Caminha, escrivão que acompanhou a esquadra de Pedro Alvares Cabral, em 1500, não passará de uma republica de bananas. 

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Desesperar? Jamais!

Posted by Cottidianos on 01:02
Quarta-feira, 03 de janeiro
Desesperar jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
(Desesperar, Jamais - Compositor: Ivan Lins/Vitor Martins)
 

Réveillon, Praia de Copacabana


Paz! 

Este é o meu desejo para todos os leitores que acompanham este blog, no Brasil, e no exterior. Esteja você onde estiver, em que cidade habitar, desejo-lhe um esplendido 2018.

Desejo-lhes paz, em primeiro lugar, por entender ser ela o ponto de equilíbrio, o trampolim para a conquista dos demais itens passíveis de nos trazer a felicidade. Se você tem amor, mas em seu relacionamento não reina a paz, é possível que, mais cedo, ou mais tarde, perca o amor.

Se você tem dinheiro, mas se falta a paz necessária para usufruí-lo, é possível que perca dinheiro em seus negócios, ou que não o usufrua como deve, o que lhe trará muitas dores de cabeça.

Da mesma forma, se você tem saúde, mas não tem paz, logo, logo, ficará deficitário em saúde.

E assim para as demais coisas da vida. Se lhe falta a paz, com essa ausência virá um cortejo de coisas desagradáveis.  Creio que nenhum, nenhuma de vocês quererá ficar em companhias desses maus agouros, não é verdade?

A verdade é que mais um ano se passou e outro chegou. E o que se fez novo em sua vida? Que promessas feitas no estourar dos champanhes e dos fogos no réveillon de 2017 você fez? Conseguiu cumprir todas ou pelo menos algumas delas? Para muitas pessoas, as promessas feitas na virada do ano ficam apenas na boca, e elas as engolem como engolem os alimentos e as guloseimas servidas nas ceias de Natal e Réveillon. Promessa feita para ser cumprida de verdade exige uma mudança de atitude daquele que a fez, coisa que a maioria das pessoas não faz. Ao contrário, elas sentam-se sobre suas ideias, e daquele pequeno universo ficam a olhar o mundo, e pior ainda, ficam ali, como se senta um reizinho egoísta no trono esperando que o mundo venha lhes servir.

Não. Não deve ser assim com você. É preciso ir em busca dos seus sonhos, das suas aspirações, dos seus sonhos. Se estes lhes fogem, seja insistente, persistente, tal qual caçador que cerca sua presa por todos os lados, estuda suas atitudes, e, no momento certo, joga a rede, ou laço, e a imobiliza e a traz para si. Não deu certo dessa vez, tenta de novo. Não fique a chorar pitangas, nem muito menos pelo leite derramado. O tempo que você passa lamentando o que deixou de fazer é tempo perdido. E na vida, cada minuto deve ser aproveitado. Pense nisso. Pense na fugacidade da vida... E parta para a ação.

Para que o ano se faça realmente novo, é preciso, primeiramente, que você se faça uma pessoa nova, livre dos velhos hábitos e velhas amarras.

Nós brasileiros, atravessamos um ano difícil. O desemprego assustou, a carestia dos produtos assustou, a corrupção nos assustou. E o cenário a se descortinar à nossa frente, ainda não é tão animador quanto gostaríamos. Porém, nada disso deve nos fazer perder a fé, perder a esperança. O otimista é aquele que sabe transformar a crise numa oportunidade. O pessimista é o que transforma a crise num momento de cruzar os braços e se fazer de vítima das circunstâncias. Seja você um otimista. Isso também se chama equilíbrio.

O professor, escritor, e historiador brasileiro, Leandro Karnal, em uma palestra para vendedores, no Rio de Janeiro, assim se expressou: “Equilíbrio é aquilo que nós estamos em plena crise, só que há pessoas neste ano de crise que perderam, outras se mantiveram, e outras prosperaram. Então não é a crise que faz diferença. É a sua reação diante dela. A crise veio para todos os 206 milhões de brasileiros. Há pessoas que afundaram, há pessoas que mantiveram o que tinham, e há pessoas que hoje estão melhores do que estavam há algum tempo. É claro que hoje, no momento da crise, eu vou dar uma pista histórica importante. O que é crise? É quando eu tenho muitas perspectivas diante de mim. Só que a crise é aquilo que separa o amador do profissional. Todo mundo sabe dirigir numa boa estrada em dia de sol. Pouquíssimas pessoas sabem dirigir numa estrada com chuva, à noite, esburacada. A crise separa quem é bom, de quem é ruim, o amador do profissional, de quem veio ao mundo a trabalho ou à passeio”.

Portanto caro leitor, cara leitora. Seja você mesmo o protagonista de sua própria vida. Não transfira à crise, ao seu chefe, ou àqueles que te impedem de avançar, a responsabilidade do que acontece de bom ou de ruim com você. Lembre-se de que, no barco da vida, você está no comando. Você é o capitão, a capitã. Não entregue essa tarefa na mãos de outros, de outras, pois esse outro, essa outra, pode te levar para aguas turbulentas, ou até mesmo, jogar seu barco contra algum rochedo. Claro, tenha o leme nas mãos, mas não esqueça nunca da guia segura do Deus altíssimo.

Por fim, além da paz deseja inicialmente, quero desejar a todos, especialmente para o ano que se inicia, muito amor, sucesso, alegria, prosperidade, e coragem para enfrentar os monstros da crise, da tristeza, das decepções.

Aproveito também para compartilhar um texto do grande médium, Chico Xavier, que sempre trouxe ao mundo, muita paz, sabedoria, e bons exemplos.

***



Mensagem de Chico Xavier


Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo sabendo que as rosas não falam...

Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre...

Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...

Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda...

Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia...

Que eu não perca a VONTADE DE AMAR, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim...

Que eu não perca a LUZ e o BRILHO NO OLHAR, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos...

Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.

Que eu não perca o SENTIMENTO DE JUSTIÇA, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu...

Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VER, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...

Que eu não perca a vontade de SER GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é pequeno...

E acima de tudo...

Que eu jamais me esqueça que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois...

A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR!

Amorosamente,


Francisco Cândido Xavier

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