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Campinas entra na luta contra um passado de discriminação que estende seus tentáculos ao tempo presente

Posted by Cottidianos on 00:19
Terça-feira, 29 de setembro


Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heroico labor
Todos numa só voz / Bradam nossos avós
Viver é lutar com destemor
Para frente marchemos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir
Cidadãs, cidadãos / Somos todos irmãos
Conquistando o melhor por vir
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez

(Hino à Negritude – Professor Eduardo de Oliveira)


Dr. Daniel Blikstein, ao microfone

No dia 03 de novembro de 2014, em sessão realizada no Conselho Federal da OAB, em Brasília, foi aprovada a criação da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil. A comissão foi criada com o objetivo de fazer um resgate histórico dos fatos acontecidos nesse nebuloso período da historia brasileira. Estendendo seus objetivos, a comissão busca aferir responsabilidades, e demonstrar a importância de ações afirmativas como meio de reparação à população negra.

Buscando desenvolver um trabalho que faça o mapeamento de todas as mazelas advindas da escravidão, e da indesejável herança de preconceito e discriminação gerada por essa prática vergonhosa à população negra, no dia 06 de fevereiro do corrente ano, em concorrida cerimônia, aconteceu em Brasília, a solenidade de posse da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, em nível nacional. “A Comissão da Escravidão Negra no Brasil é mais um dos tantos passos que devemos dar para superar a discriminação racial, rumo à sociedade sonhada por Martin Luther King, na qual as pessoas não sejam julgadas pela cor da sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”, dizia Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente da OAB nacional, naquela ocasião. A Comissão da Verdade nacional está sob a presidência do Dr. Humberto Adami.

No dia 18 de agosto tivemos a solenidade de posse dos membros da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, do Estado de São Paulo. A solenidade, que contou a presença de diversas autoridades e integrantes de movimentos ligados à causa negra, aconteceu nas dependências do prédio da OAB/SP, na agitada capital paulistana. No Estado de São Paulo, a comissão é presidida pelo Dr. Sinvaldo José Firmo.



Semana passada, dia 24 de setembro, às sete e meia da noite, foi a vez de Campinas instituir a Comissão da Verdade, em nível municipal. Em cerimônia ocorrida no auditório do Tribunal de Ética e Disciplina Décima Sétima Turma Disciplinar, estiveram reunidas autoridades do poder público municipal e pessoas ligadas a instituições que defendem à causa negra.

O Dr. Daniel Blikstein, presidente da OAB-Campinas, fez a abertura da solenidade dizendo que a criação da comissão significava um marco representativo para a subseção, por representar a possibilidade de “discutir o que efetivamente aconteceu nesse período triste da história brasileira, onde pessoas eram tratadas como mercadorias, ou até pior que mercadorias, e que, por diferença da cor da pele tinha condições de vida e trabalho desnudas”.

Dr. Daniel destacou ainda o fato de ele próprio fazer parte de uma minoria religiosa — ele é judeu — e, por isso mesmo, sentir na pele o que é a discriminação religiosa, esse fato o faz compreender as pessoas que sofrem discriminação de qualquer outra natureza. “É inadmissível em um país como o Brasil, formado por várias raças e etnias, tolerar e aceitar esse tipo de coisa”, acrescentou ele. Compondo a mesa, estiveram além do Dr. Ademir José da Silva e Dra. Adriana de Moraes, respectivamente, presidente e vice-presidente da comissão em Campinas, Dr. Sinvaldo José Firmo, presidente da Comissão da Verdade no Estado de São Paulo, Dra. Eunice Prudente, membro da comissão nacional e relatora da comissão estadual, o vereador Carlão, do PT, e o Vereador Marciano Fernandes, do PT, de Carapicuíba.

Os trabalhos de cerimonialista ficaram a cargo do advogado Antonio Carlos Chiminazzo, presidente do Conselho Regional de Prerrogativas.

Em seguida às formalidades, a Dra. Eunice Prudente, proferiu palestra intitulada, Educação em Direitos: Contribuições para a Igualdade Étnica.


Dr. Ademir Silva e Dra Eunice Prudente

Dra. Eunice começou sua palestra afirmando que “o Brasil é a própria diversidade”, e que conseguimos construir uma sociedade pluriétnica. Segundo a palestrante, todos saíram perdendo nesse sistema injusto, tanto quem foi escravizado, como quem escravizou. A questão da desigualdade econômica também foi abordada na palestra. “Felizmente, a nossa República é rica. Não é aquele Brasil, país do futuro, que a gente nunca vai alcançar, ela é rica mesmo. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPEA (Instituto de Planejamento e Economia Aplicada), instituições cientificas muito sérias, nos trazem números mostrando que temos riquezas, e que nosso drama está na concentração de renda, na distribuição dos bens. É uma questão de gestão, é uma questão de governo”, disse Eunice.

A palestrante seguiu falando da questão da discriminação racial entre os brasileiros, de diferenças e aceitações delas. Para Eunice, não existem superioridade entre uma raça e outra, e elas devem ser compreendidas e respeitadas. Em contrapartida, segundo ela, a desigualdade é proposital, é racional, e deve ser combatida.

A palestrante fez ainda um passeio histórico abordando a experiência histórica do racismo institucionalizado na monarquia e na república. Os decretos de Getúlio Vargas tinham um cunho abertamente racista, como por exemplo, o Decreto Lei no 406 de 1938.  O artigo 2o desse Decreto, dizia: “O Governo Federal reserva-se o direito de limitar ou suspender, por motivos econômicos ou sociais, a entrada de indivíduos de determinadas raças ou origens, ouvindo o Conselho de Imigração Colonização”.

E esses grupos proibidos de ingressar no país, eram, preferivelmente, negros, como o governo deixa bem claro em outros decretos.

Dra. Eunice Prudente chamou a atenção ainda para a importância dos movimentos sociais ligados à causa negra. “Devemos a cidadania aos movimentos sociais. Não foram os moços do Largo São Francisco, abolicionistas, não foram os pensadores, os filósofos, foram, na verdade, as nossas lideranças dos movimentos sociais, temos, às vezes, não brancos, muitos não brancos, os aliados, mas que estão aí nesse movimento negro”, disse ela.

Certamente, a Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, em seus níveis nacional, estadual e municipal, terá uma grande e árdua tarefa pela frente. Afinal, estará se debruçando sobre mais de 300 anos de capítulos bem tristes da história do Brasil, cujas reminiscências irradiam aos dias atuais. Agora, como diz o ditado é hora de “arregaçar as mangas” e trabalhar para que seja reparado o mal que os séculos de escravidão fizeram à sociedade brasileira, em especial, aos negros.

Toda a sociedade brasileira fica na expectativa de que os trabalhos dessa comissão de tão grande importância, criada pela Ordem dos Advogados do Brasil, venha ser como árvore frutífera, a oferecer os doces frutos da igualdade e da liberdade, a quem, por tanto tempo, provou dos frutos amargos do preconceito e da discriminação.


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Solidão de amigos

Posted by Cottidianos on 00:18
Segunda-feira, 28 de setembro


A vida, o que é? Boa pergunta a se pensar, e milhões de resposta a encontrar. Por falar, nisso, caro leitor, já encontrou sua melhor definição para o que é a vida? Dentre essas tantas coisas pode-se dizer que vida é metáfora de porto, aeroporto, estrada, caminho, estação de trem. Na verdade ela é exatamente isso: ponto de partida e de chegada. Acho que os inspirados compositores, Almir Sater e Renato Teixeira, bem definiram isso no iluminado momento em que escreveram a letra da canção, Tocando em Frente, que, mais que uma canção, é uma reflexão sobre o viver. Dizem eles em um dos versos da canção: “Todo mundo ama um dia, todo mundo chora. Um dia a gente chega, e no outro vai embora”. É isso: um dia a gente chega, e no outro vai embora.

E, nesses pontos de chegada e partida da vida, encontramos amigos e amores, que vivemos com intensidade, e a quem queremos muito bem. Essas rosas enfeitam nossos jardins, alegram nosso viver. Porém, em determinado momento, como dizem por aí, por circunstâncias da vida, temos que partir e deixar essas pessoas queridas.

Delas ficam as boas lembranças dos momentos alegres, ou difíceis que passamos juntos. Com algumas mantemos contatos, mesmo que raros, mas que nos mantém unidos pelo fio da amizade. Outras dessas pessoas simplesmente perdemos contato, nunca mais as vimos, ou reencontramos. Como enviar um e-mail, acrescentá-los no Facebook, enviar uma mensagem eletrônica, se nem sabemos o seu paradeiro? Sabemos que elas estão em alguma esquina da vida, porém, de algum modo, não as apagamos de nossa lista de amigos com que desejaríamos estar.

Neste início de semana, não quero me estende muito, apenas passei para dedicar a esses amigos e amigas que passaram pela minha vida — e dos quais eu perdi o contato, restando apenas guardá-los com carinho, em um lugar especial dentro do coração, — a letra da música, Solidão de Amigos. Com esta canção relembro também uma das mais belas vozes da música brasileira: o cantor, Jessé.

Jessé ganhou projeção nacional em 1980, quando participou do Festival MPB Shell, da Rede Globo. Naquele festival, Jessé cantou a música, Porto Solidão, ganhando o prêmio de melhor interprete. A música, de autoria de Zeca Bahia e Ginko tornou-se o seu maior sucesso. Ao longo da carreira, Jessé gravou 12 discos, porém, apesar da voz potente, e do repertório bem escolhido e cheio de belas canções, Jessé nunca foi devidamente valorizado pela crítica especializada. O cantor morreu, precocemente, aos 40 anos, vítima de um acidente de trânsito, em 29 de março de 1993, quando ia fazer um show, na cidade de Terra Rica, no Paraná.

Ofereço também a bela canção Solidão de Amigos, a você caro leitor, aproveitando para lhe desejar uma boa semana.

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Solidão De Amigos

Composição: Eunice Barbosa/Mário Maranhão
Interpretação: Jessé

Lenha na fogueira, lua na lagoa
Vento na poeira, vai rolando à toa
A cantiga espera quem lhe dê ouvidos
A viola entoa, solidão de amigos

A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas
A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas

Quando a cachoeira desce nos barrancos
Faz a várzea inteira se encolher de espanto
Lenha na fogueira, luz de pirilampos
Cinzas de saudades voam pelos campos

A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas
A saudade lembra de lembranças tantas

Que por si navegam nessas águas mansas

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Respeitar as leis de trânsito é respeitar a própria vida

Posted by Cottidianos on 18:16
Sábado, 26 de setembro



Domingo passado (20), acordei cedo pela manhã e fui à missa na Paróquia Bom Pastor, no Bairro São Bernardo, em Campinas. A paróquia está sobre a responsabilidade do Pe. Paulinho que, pelo vi, recebe e orienta os seus fieis como um bom pastor cuida de suas ovelhas.

Quando voltava desta agradável oração dominical, vi, perto do Hospital Mario Gatti, uma faixa que falava sobre passeio ciclístico. Não deu para ler direito, pois o ônibus passou rápido por ela. Imediatamente, lembrei-me de que lera nos jornais durante a semana, sobre um passeio ciclístico que ocorreria pelas ruas da cidade, tendo como ponto de partida e de chegada, a Praça Arautos da Paz, no Taquaral. Deduzi que a tal faixa se tratava desse evento. Gostaria de participar dele, mas pelo adiantado da hora — já eram nove horas da manhã, — logo deduzi que tinha perdido o evento.

Mesmo assim, a primeira coisa que fiz ao descer do ônibus no Terminal Central, foi perguntar a um funcionário da EMDEC se era realmente naquele domingo o passeio ciclístico. Ele me disse que sim. Corri para casa, coloquei luvas e capacete, peguei a bicicleta e rumei para o Taquaral, para se pegava ao menos o final do evento. Embora já estivesse conformado de que quando chegasse lá o passeio já tivesse terminado.

De fato, quando cheguei a Praça Arautos da Paz só havia a corrida dos organizadores para desarmar as estruturas montadas para a realização do evento. Perguntei a um deles quantos ciclistas tinham participado. O rapaz me respondeu haviam participado cerca de 400 ciclistas.

Na verdade, não era apenas passeio ciclístico: os amantes da bike fizeram seu percurso por algumas ruas da cidade, e os amantes da caminhada fizeram seu percurso em volta da Lagoa Taquaral. O evento denominado, Passeio Ciclístico e Caminhada pela Paz no Trânsito, organizado pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), fazia parte das comemorações da Semana Municipal do Trânsito (Semutran), 2015.

A Semutran ocorre anualmente, no mês de setembro, e tem por objetivo a conscientização sobre questões referentes ao transito, e durante os dias que dura a campanha, são realizadas várias atividades educativas. As atividades estarão sendo realizadas entre os dias 15 e 29 de setembro. O foco da campanha são os pedestres e os motociclistas.

A vida é o nosso bem maior. O problema é que, no trânsito, a maioria das pessoas se esquece disso e acabam prejudicando a própria vida e a vida de terceiros. Nas ruas e cruzamentos da cidade, quanta irresponsabilidade vejo, tanto por parte dos motoristas, quanto dos pedestres. Idem dos motociclistas. É uma falta de educação generalizada. Os mais prejudicados são os pedestres e motociclistas, a parte mais frágil do triangulo motorista-pedestre-motociclistas. Não nos esqueçamos também dos ciclistas que não são respeitados pelos motoristas.

Não apenas a EMDEC, mas também a CCR AutoBan, concessionária que administra o Sistema Anhanguera-Bandeirantes, realizam campanhas de trânsito, durante a Semana Nacional de Trânsito, cujo tema este ano é: “Década Mundial de Ações Para a Segurança no Trânsito - 2011/2020: Seja VOCÊ a mudança no Trânsito.” Oficialmente, a Semana Nacional de Trânsito ocorre entre os dias 18 a 25 de setembro, mas a CCR AutoBan e a EMDEC, preveem atividades educativas até o final deste mês.

O esforço, não apenas dessas duas empresas, mas também de outros órgãos que tratam da mesma matéria, é justificável, uma vez que, no Brasil, trânsito rima com guerra, tantas são as vitimas de acidentes de transito anualmente. Onde está o problema, uma vez que os automóveis passam por severos testes de segurança antes de saírem das fábricas? Deduz-se que o problema está em quem guia os veículos, ou seja, o motorista, que pensa que leis de trânsito são apenas teorias e que sinais de trânsito existem apenas para decorar as cidades. Por causa dessa atitude, muitas vezes, acabam perdendo o bem mais precioso: a vida.

Segundo o relatório, Dados de Acidentes de Trânsito Fatais, com Vítimas e Atropelamentos 2013, publicado em novembro de 2014, pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), entre os anos de 2000 a 2013, a taxa média de crescimento da população tem sido de 1,3%. Em contrapartida, a taxa de evolução da frota de veículos automotores cresce vertiginosamente. Se a média do crescimento da população é de 1,3%, a taxa de crescimento da frota de veículos é de 5,1%, no mesmo período, superando em cerca de 4 vezes a taxa de crescimento da população. Isso equivale a 1 veículo para cada 1,33 habitantes.



Baseado nestes dados é possível afirmar que há em Campinas um elevadíssimo número de automóveis circulando pelas ruas e avenidas, o que leva o relatório da Emdec a afirmar que a cidade de Campinas “é uma das cidades brasileiras com mais alta taxa de motorização”.

Apesar de, no período de 2000 a 2013, ter havido uma redução de 7,3% no número total de vítimas fatais, em decorrência de acidentes de trânsito na malha urbana do município, ainda é grande o número de acidentes com vítimas fatais.

Em que faixa etária está localizada a maior parte das vítimas fatais em acidentes de trânsito no município?

De acordo com o relatório divulgado pela Emdec, no final do ano passado, a maior parte das vítimas fatais no trânsito tinham entre 18 e 35 anos. A grande maioria dos ocupantes de veículos que se envolvem em acidentes fatais é do sexo masculino (93%), e apenas (7%) são do sexo feminino. Em se tratando da parte mais frágil na questão trânsito, o pedestre, o número de vitimas fatais encontram-se nas pessoas com mais de 60 anos. Ainda se dividirmos por sexo  o número de pedestres atropelados, os homens são maior número: 66% do sexo masculino, contra 34% do sexo feminino.

Em relação aos acidentes fatais — aqueles que resultam em falecimento de uma ou mais vítimas no momento ou em até 180 dias após a ocorrência — em 2013, aconteceram 100 acidentes fatais, que resultaram em 101 mortes. Nessa estatística, a motocicleta esteve envolvida em mais da metade dos acidentes fatais. Os motociclistas estiveram envolvidos em 51% deles, sendo 51% nos acidentes com vítimas e 5% nos atropelamentos.

Em relação à natureza dos acidentes fatais, o relatório afirma que o atropelamento de pedestre (pedestre x veículo), foi o tipo mais comum (34%).

Se a evolução da frota de veículos, no período de 2000 a 2013, cresceu enormemente, a taxa de evolução da frota de motocicletas é ainda maior. Ela cresce a taxa média de 9,2% ao ano, compreendidos os anos de 2000 a 2013. Os mais jovens deveriam ter um cuidado maior, pois a grande maioria dos ocupantes de motocicletas mortos no trânsito são predominantemente jovens, e concentram-se na faixa etária dos 18 aos 29 anos, e somam o percentual de 61,6% das vítimas. Ainda nesse grupo, as mulheres levam vantagens. Dos que se envolvem em acidentes de trânsito com motos, 94% são do sexo masculino e apenas 6% do sexo feminino.

À desatenção e irresponsabilidade de muitos motoristas, vem se somar um inimigo perigoso: o álcool.

Dos 101 acidentes com vítimas fatais, ocorridos em 2013, o Instituto Médico Legal (IML) fez coleta de sangue com a finalidade de medir a dosagem alcoólica em 50 vítimas (49,5% do total). Desse total, 6 vítimas eram passageiros (2 de moto e 2 dos demais veículos), sendo o resultado apresentado, referentes apenas aos 44 condutores. 47,7% (21 deles) apresentaram dosagem alcoólica negativa, e 52,3% (23), apresentaram dosagem alcoólica proibitiva, que equivale a crime e infração gravíssima.

As vítimas fatais com alcoolemia proibitiva somam juntos 65,2% das vítimas, que se distribuem nas seguintes faixas etárias: 18 a 23 anos, 24 a 29 anos, e 30 a 35 anos.

Para finalizar, gostaria apenas de acrescentar que as estatísticas aqui apresentadas referem-se à cidade de Campinas, mas os conselhos e advertências implícitos nele podem ser aproveitados em qualquer lugar e cidade onde você esteja. E que, quando respeitamos as leis de trânsito, seja como motorista, pedestre, ciclista ou motociclistas, estamos respeitando a nossa própria vida, e a vida daqueles que caminham junto conosco.

Abaixo, segue dados com indicações de dosagem alcoólica, constante do relatório da EMDEC sobre acidentes de trânsito.

ÁLCOOL X RISCO
Até 0,2 g/litro no sangue - não produz efeito aparente na maioria das pessoas. O risco de acidentes é nenhum.
De 0,2 a 0,5 g/litro no sangue - sensação de tranquilidade, sedação, reação mais lenta a estímulos sonoros e visuais, dificuldade de julgamento de distâncias e velocidades. O risco de acidentes aumenta duas vezes.
De 0,5 a 0,9 g/litro no sangue - aumento do tempo necessário à reação e estímulos. O risco de acidentes aumenta três vezes.
De 0,9 a 1,5 g/litro no sangue - redução da coordenação e da concentração; alteração do comportamento. O risco de acidentes aumenta 10 vezes.
De 1,5 a 3,0 g/litro no sangue - intoxicação, confusão mental, descoordenação geral mental, visão dupla, desorientação. O risco de acidentes aumenta 20 vezes.
De 3,0 a 4,0 g/litro no sangue - inconsciência e estado de coma.

Com 5,0 g/litro no sangue - coma e risco de morte.

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Verdades Secretas: Um grande e apimentado sucesso

Posted by Cottidianos on 19:39
Sexta-feira, 25 de setembro


— Conversar o quê? O que a gente vai conversar? Tava tudo o tempo todo na minha frente. Vocês dois. Tudo. Tudo. Eu olhava, mas não queria enxergar. Os teus olhares pra ela, os olhares dela pra você. As vezes que saía, eu encontrava os dois sozinhos. Tinha um clima, eu sentia um clima. Eu sentia o clima. Pode dizer que eu sou burra, que loucura. Ai, eu não sou burra. Eu não sou burra. Eu não queria acreditar naquilo que, no íntimo, no íntimo, eu já sabia. Mas eu não queria dizer pra mim mesma. Não queria saber. Não queria saber. Não queria acreditar. Não sou burra, mas não queria acreditar que uma coisa horrorosa dessas era impossível de acontecer.

De arma em punho, Carolina está de pé, elegantemente vestida, no quarto da filha, Arlete, cujo apelido é Angel. À sua frente, nus, na cama, estão o marido, Alex, e a filha dela. Carolina, mais cedo na tarde daquele dia, havia sido alertada por Giovana, filha de Alex, de que padrasto e enteada estavam tendo um caso. Giovana havia contado que eles encontravam-se no próprio apartamento onde moravam, pelo menos uma vez por semana, quando Carolina ia ao cabeleireiro. De carro, e depressa, ela voltara para casa, transtornada, enquanto dirigia o carro em direção ao luxuoso apartamento no qual moravam os três.

Abre-se a porta do elevador e, em seguida, ela, com cuidado, abre a porta do apartamento. A trilha sonora é o de um coração batendo, acelerado. Enquanto ela atravessa a sala, livra-se dos sapatos, que poderiam ser denunciadores de sua presença, e da bolsa, que poderia ser empecilho aos seus movimentos, e dirige-se ao quarto da filha. Atravessa os corredores, com as mãos na cabeça, em atitude de quem está desesperada. Encosta o ouvido na porta e ouve vozes. A porta não está trancada e ela a empurra, com cuidado, e entra no ninho de amor proibido. Ouve gemidos e sussurros. Escondida atrás da parede que dá mais privacidade ao local onde a cama está instalada, ela ouve o marido, Alex, dizer para a filha “eu amo você, demais”.

A mulher sai do quarto, desesperada. Atravessa o corredor. Senta-se encostada a uma parede e chora, pensando no que fazer, que atitude tomar. Em suas faces se lê decepção e ódio. De repente, levanta-se e, mesmo com a dor que lhe parece dilacerar o coração, dirige-se ao próprio quarto, abre uma gaveta, e dela tira uma arma que havia estado enrolada em um pano amarelo. O marido não sabia que ela tinha essa arma em casa. A filha, Arlete, sabia da existência dela, mas jamais achou que a mãe pudesse usá-la contra alguém. Decidida, Carolina, ruma para o quarto onde estão os dois amantes. Fotografia e trilha sonora perfeitas dão ainda mais dramaticidade à cena.

Ao perceber a presença da mulher, Alex, cai da cama, enquanto Angel puxa o lençol para si, na tentativa de recobrir o belo e jovem corpo nu.

Agora, Carolina está diante dos dois e, enquanto conversa, aponta a arma, ora na direção do marido, ora na direção da filha. Após quatro minutos de um quase monólogo, triste, desesperado e ameaçador, Carolina fecha os olhos e aperta firmemente o gatilho.

A câmera, como se fosse um quarto personagem da dramática cena, começa a se afastar do ambiente, saindo do quarto, refazendo o caminho antes feito por Carolina. É como se esse observador oculto pressentisse que naquele antro de ódio e traição, aconteceria uma tragédia, da qual ele não queria ser testemunha. Em sua fuga desesperada esse quarto personagem invisível chega à sala e, ao passar pelo local onde estão abandonados no chão da sala, a bolsa e os sapatos de Carolina, ouve-se um disparo.

Quem morreu? Não se sabe ao certo, uma vez que foram gravados finais alternativos para a trama. Uns dizem que Carolina atirará em Alex, outros dizem que ela cometerá suicídio. Eu não quis buscar na Internet o que de fato aconteceu naquela triste cena. Prefiro encarar o final do folhetim como se fosse um excelente filme ou livro, do qual você não quer que lhe conte o final, querendo conferir de perto, o que, de fato aconteceu.

Falo da quinta novela do horário das onze horas da noite, exibida pela Globo, e a primeira original — as anteriores haviam sido remakes de grandes sucessos da emissora.

Desde que Verdades Secretas estreou, em 08 de junho deste ano, a novela tem prendido a minha atenção, e a de milhões de telespectadores. A novela foi escrita por Walcir Carrasco, em colaboração com Maria Elisa Berredo e Bruno Lima. A direção da trama ficou a cargo de Allan Fiterman, Mariana Richard e André Barro. Para diretor geral foram escolhidos André Felipe Binder, Natália Grimberg e Mauro Mendonça Filho. Ao elenco mesclaram-se atores consagrados e atores novos, e todos se revelaram um elenco de primeira linha.

Se tem uma coisa que Verdades Secretas não foi, é água com açúcar, uma história açucarada no final das noites de segunda, terça, quinta e sexta-feiras. Ao contrário, a história de Walcir Carrasco trouxe temas fortes, controversos e polêmicos, como drogas, sexo, prostituição, incesto, overdose, submundo da moda, e homossexualidade. Entretanto, conseguiu prender a atenção de todos, inclusive da família tradicional brasileira, talvez pela forma com que foi contada. Nada mal para uma novela que ia ar aos finais de noite, quando o que todos querem mesmo é ir para a cama, descansar para o recomeço de um novo dia.

A começar pela fotografia, ela era excelente, fazendo nos lembrar de grandes filmes internacionais. A trilha sonora também foi muito bem escolhida, trazendo em sua composição grandes nomes da música nacional e internacional, em um cenário mais alternativo. A música Angel, executada pelo Massive Attack, imprimiu bom gosto e dramaticidade à trama.

Camila Queiroz e Rodrigo Lomardi

Desfilando pela galeria de personagens, a surpresa foi a atriz Camila Queiroz, que deu vida a personagem Angel. A bela jovem aceitou um grande desafio ao aceitar participar do elenco da novela, afinal, era o seu primeiro papel na TV. Antes o mundo dela era, única e exclusivamente, as passarelas. Ao interpretar, de forma brilhante, uma personagem densa e controversa, a moça mostrou que tem talento de sobra para continuar na carreira de atriz.

Outra atriz que esteve perfeita em Verdades Secretas, foi Grazi Massafera, que interpretou a personagem Larissa, uma modelo que se envolve com o submundo das drogas. A modelo abandona as passarelas e se torna viciada compulsiva, indo, inclusive, morar na Cracolândia, reduto onde vivem os viciados em craque. Ao final, Larissa é resgatada dessa prisão por um grupo de evangélicos, que dão assistências aos viciados em drogas que vivem nas ruas.

A história começa quando Carolina (Drica de Moraes), e a filha Arlete (Camila Queiroz) se mudam para São Paulo. O sonho de Arlete é trabalhar como modelo e ela consegue trabalho na agência de Fanny (Marieta Severo), uma mulher ambiciosa, que não mede esforços para manter o padrão de luxo em que vive. Logo de início, Arlete percebe que, na agência de Fanny, não terá apenas que ganhar dinheiro nas passarelas, mas que também a prostituição está nas entrelinhas do contrato. Pressionada por dificuldades financeiras na família, Angel — nome de batismo na agência —, coloca o pé na armadilha do perigoso mundo da prostituição. É nesse mundo que ela conhece o poderoso empresário Alex (Rodrigo Lombardi). O jeito sensual e simples de Angel conquista Alex. Porém o empresário não quer se amarrar em ninguém de modo sério. Para ele sexo rima com dinheiro, e é apenas isso. Quando Angel decide terminar o caso com ele, o empresário desenvolve uma obsessão pela modelo. Disposto a tudo para tê-la de volta, ele é capaz de tudo. Inclusive de se aproximar de Carolina, — mãe de Angel, mulher simples que vive em um mundo completamente diverso do que vive Alex — e com ela se casar, apenas para ficar perto de sua verdadeira paixão. Por algum tempo, Angel resiste, mas acaba se entregando ao jogo de sedução do padrasto.

Muitas reflexões se podem fazer a partir de Verdades Secretas. Uma delas é essa questão do homem se deixar escravizar pelos vícios e paixões. Junto com os vícios e paixões desenfreadas, certamente, vem a ruína. Na trama da autoria de Walcir Carrasco o que mais se viu foi um desfile de escravos. Angel se deixou escravizar pela obsessão de Alex, ele próprio também escravo do dinheiro, do luxo, e das paixões desenfreadas.  Após o termino do relacionamento com Alex, Angel se envolve com Gui (Gabriel Leone). Apaixonado, Gui, Marca o casamento. Após saber que Angel havia sido garota de programa, desiste de se casar com a moça. Depois se arrepende e quer voltar, mas Angel, já se deixou envolver por Alex. Assim ela resume o seu drama, quando o rapaz lhe pede para voltarem e ficarem novamente juntos: “Agora é tarde, entende? É como se fosse uma gaiola, e eu tô presa nessa gaiola”.

Há também a própria Fanny, que também é escrava do prazer. Já em idade avançada, a única forma de ter um relacionamento com um rapaz mais jovem, é comprando ele com dinheiro, presentes e a promessa de uma carreira de modelo. É mais um jogo perigoso: Fanny usa Antony (Reinaldo Gianechini), e Antony usa Fanny. Talvez, a única pessoa a quem Antony ama, seja a mãe dele Fábia (Eva Vilma), também ela, escrava do álcool.

Outra escrava do prazer e do vício é Larissa (Grazi Massafera). Bonita e com um futuro promissor como modelo, a jovem se envolve em programas sexuais, e, na agência de Fanny, é obrigada a sair com os clientes, e gosta disso. Depois a droga coloca nela suas poderosas algemas e a leva para as ruas, para o inferno dos usuários de craque. Larissa se torna então feia e irreconhecível.

O autor ainda tratou na trama daqueles que sofrem o preconceito social, como gays e gordos. Na agência de Fanny trabalham Visk (Rainer Cadete), homossexual assumido, e Lourdes (Dida Camero), uma gordinha. O preconceito que sofrem por parte da sociedade acaba aproximando-os, e eles acabam tendo um relacionamento amoroso. Outro que sofre preconceito por ser gordo, é Eziel, estudante universitário que também é apaixonado por Angel.

E assim, com histórias muito bem contadas e muito bem amarradas, tramas paralelas que não ficavam a dever em nada a trama principal, Verdades Secretas se despede hoje, às 11 da noite, com aplausos do publico que tanto apreciou suas apimentadas verdades secretas.



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No Dia Mundial sem Carro, pedale: É gostoso e faz bem!

Posted by Cottidianos on 19:11
Terça-feira, 22 de setembro

Cidade de São Paulo. Noite de 23 de maio de 2014. Motoristas nervosos. Passageiros estressados. Ruas abarrotadas de carros. Naquela noite a metrópole paulista enfrentava incríveis 344 quilômetros de engarrafamento. Esse histórico trânsito lento foi resultado da soma de dois fatores: a natural enxurrada de carros que invadem as ruas no início do fim-de-semana e uma chuva torrencial que se abateu sobre a cidade naquele dia. Um terceiro fator também deu a sua parcela de contribuição: Na terça e quarta-feira daquela semana, uma greve dos motoristas de ônibus havia paralisado a cidade. Muitas pessoas ficaram com medo de pegarem ônibus naquela noite de sexta-feira, e todos saíram de carro, paralisando a cidade do mesmo jeito.
Engarrafamentos quilométricos acontecem em São Paulo, e em todas as grandes metrópoles ao redor do mundo. É assim em Istambul, Cidade do México, Moscou, Varsóvia, Los Angeles. A pergunta que fica no ar é: O que se ganha com o trânsito lento e as ruas cheias de veículos que mal conseguem avançar alguns metros pelas ruas? Nada, absolutamente nada. O que se perde? Numa sociedade cujas engrenagens são movidas pelo níquel, pelo dinheiro, perde-se dinheiro.
Estima-se que, apenas em São Paulo, os engarrafamentos causem um prejuízo na casa dos 52 bilhões de reais. Nessa soma estão inclusos: o desgaste das peças dos automóveis, o combustível, e horas e horas, que deveriam estar sendo de produtividade, desperdiçadas em uma rua qualquer, de uma cidade qualquer. Esse raciocínio é quando pensamos no sistema. E quando pensamos nas pessoas, na qualidade de vida delas. Quantas horas que deveriam estar sendo bem aproveitadas para o sossego e para o descanso são gastas em um desses engarrafamentos quilométricos. Quanta ansiedade e estresse não se enfrenta numa situação dessas, e tudo isso está relacionado a saúde.
E a situação não é nada animadora, uma vez que a frota de veículos de cresce vertiginosamente a cada ano, idem o número de motoristas. Apenas na capital, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) emite, anualmente, cerca de 100 mil carteiras de habilitação. A continuar nesse ritmo teremos um colapso de trânsito dentro de cinco ou seis anos. 
Todos esses fatores nos levam a uma profunda reflexão, proposta hoje, 22 de setembro, pelo dia Dia Mundial sem Carro. Criada na França no ano de 1997, a data, rapidamente, foi adotada em vários países europeus. Em São Paulo, as primeiras atividades comemorativas relativas aconteceram no ano de 2003. Desde então várias outras cidades brasileiras também aproveitam a data para fazerem suas reflexões acerca da questão ambiental.
O carro é, sem dúvida, uma invenção maravilhosa, uma grande ajuda em diversas situações. Porém, é preciso lembrar que há vida inteligente e saudável fora do volante.
Sempre que possível aproveite para dar um passeio a pé, exercite músculos que, dirigindo, você não exercitaria, ou dê uma volta de bike, pegue uma carona com um amigo e dê um descanso para seu carro.
Abaixo, compartilho um texto publicado no site Minha Vida, que fala sobre 7 benefícios para o corpo, conseguidos através de umas simples pedaladas. O site cita apenas sete, mas há muito mais a ser aproveitado nessa prazerosa atividade. Então, minha gente, vamos pedalar! Deixe a preguiça de lado.

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Conheça sete benefícios de andar de bicicleta: Além de queimar calorias, você foge do trânsito e trabalha os membros inferiores
POR LAURA TAVARES
A bicicleta já foi um dos principais meios de transporte no mundo, mas hoje a história é bem diferente. Grande parte das pessoas nunca teve uma bicicleta própria ou deixa a sua cheia de teias de aranha na garagem. Seja por preguiça ou falta de tempo, quem não costuma pedalar está perdendo inúmeros benefícios - desde definir músculos até melhorar a frequência cardíaca. Conheça sete deles e se torne mais um adepto desse exercício físico.
Faz bem à saúde
Segundo o médico do esporte Ricardo Nahas, do Hospital 9 de Julho, andar de bicicleta pode ser comparado à caminhada ou até mesmo à corrida. "Em um passeio de cerca de 40 minutos, três vezes por semana, já é possível dar adeus a diversos problemas decorrentes do sedentarismo", aponta. Antes, entretanto, recomenda-se fazer uma avaliação médica para determinar a intensidade do exercício, já que cada pessoa apresenta um determinado peso e condicionamento físico. "Para os que desejam emagrecer, é necessário associar a atividade a uma alimentação equilibrada", afirma.
Trabalha os membros inferiores
"Andar de bicicleta trabalha os grandes grupos musculares das pernas e ainda estimula a contração do abdômen, pois a atividade exige uma postura ereta do usuário", afirma Ricardo Nahas. Segundo o especialista, pedalar é um exercício aeróbico e de resistência muscular, o que melhora o condicionamento físico do praticante.
Funciona como meio de transporte
A bicicleta já foi amplamente utilizada como meio de transporte, mas mudanças culturais fizeram com que ela passasse a ser vista apenas como um instrumento de lazer ou de ciclista profissional. "A maior parte das pessoas pedala apenas no fim de semana, como se andar de bike fosse somente uma atividade de entretenimento", aponta Thiago Benicchio, diretor geral da Ciclocidade - Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo.
Outra grande razão que desestimula o uso da bike como meio de transporte é a falta de infraestrutura e educação de grande parte dos motoristas. Então, para quem não quer encarar os veículos motorizados, Thiago sugere usar a bike para trajetos curtos e de pouco movimento, como uma ida ao supermercado.
Melhora a frequência cardíaca
A intensidade de um exercício é controlada pela intensidade do batimento cardíaco de quem o pratica. Desse modo, é possível fortalecer o coração com um passeio de bicicleta, já que esta é uma atividade aeróbica. "Quem organiza treinos geralmente alterna a bicicleta com a caminhada ou a corrida, pois esses exercícios são equivalentes e, misturados, acabam com a monotonia", conta Ricardo Nahas.
Oferece baixo impacto
Quando caminhamos ou corremos, todo nosso peso é jogado sobre as pernas, o que pode forçar as articulações dos membros inferiores. Sentado, entretanto, você distribui melhor a sua massa e não sobrecarrega nenhuma parte do corpo, como explica o médico do esporte Ricardo. "Por isso, a bicicleta é recomendada para quem está começando a fazer exercícios ou está acima do peso", diz.
Tem baixo custo de manutenção
De acordo com o biker Thiago Benicchio, é possível comprar uma bicicleta de boa qualidade por cerca de mil reais. Apesar do susto desse investimento inicial, a manutenção do instrumento é baixíssima. "Com apenas 50 reais por mês, é possível deixá-la sempre pronta para uso", explica. Segundo ele, são pequenos os reparos que devem ser feitos e grande parte deles pode ser realizado pelo próprio usuário, pois não exigem grande conhecimento sobre o assunto. Os maiores gastos ocorrem quando é necessária a troca de pneus ou uma revisão geral, o que ocorre apenas uma vez por ano.
Promove a sensação de liberdade e independência
Imagine poder tomar rotas alternativas, passar em meio aos carros e ainda não afetar de maneira alguma o meio ambiente. Essa é a sensação de quem anda de bicicleta. "Em cima dela, é possível observar melhor tudo o que acontece a sua volta e você ainda foge do estresse de quem está preso no trânsito", lembra o biker Thiago. Segundo ele, os melhores locais para andar de bicicleta são os de terreno plano e arborizado.

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João Vaccari é segundo ex-tesoureiro do PT condenado por corrupção

Posted by Cottidianos on 22:29
Segunda-feira, 21 de setembro


Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF), condenava o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, por corrupção ativa. No mesmo julgamento também foram condenados pelo mesmo crime, José Genoíno e José Dirceu. Condenado a 6 anos e 8 meses de prisão, há quase um ano, em 30 de setembro de 2014, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, concedeu a Delúbio, o benefício da prisão domiciliar, no Distrito Federal.

Nesta segunda-feira (21), o juiz Sérgio Moro, condenou o também ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a uma pena de 15 anos e 8 meses de reclusão, por participação no maior esquema de corrupção jamais visto na história do país.

A partir desses dois exemplos, — perdoem-me a generalização, mas é o que desses dois casos posso depreender —, se você quer ficar rico, e bem depressa, filie-se a um partido político, e lute para ocupar o cargo de tesoureiro. Apenas tenha o cuidado de não se mostrar nenhum pouco honesto. Ao contrário, seja falso, dissimulado, avesso a qualquer princípio ético ou moral... E aconteça o que acontecer, venha o que sobrevier, jamais entregue o seu chefe, mesmo que você venha a passar uma boa temporada atrás das grades.

Acho tudo isso que acontece no Brasil, muito surreal. Por duas vezes consecutivas, o tesoureiro de um grande partido — que agora já não é tão grande assim, pelo menos não para a grande maioria das pessoas honestas — é peça chave de vergonhosos esquemas de corrupção, e esse mesmo partido o defende com unhas e dentes até o instante final, mesmo com todas as evidências mostrando que o sujeito está envolvido, até o pescoço, no mar de lama. De duas uma: Ou os dirigentes do partido são conviventes com tais princípios, ou seja, nenhum pouco éticos, ou eles são ingênuos. Como não acredito que haja pessoas ingênuas nesse meio, então só me resta acreditar na primeira opção.

Abaixo, compartilho matéria publicada pelo jornal El País/Brasil a respeito da sentença que condenou João Vaccari e outros envolvidos no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

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João Vaccari é segundo ex-tesoureiro do PT condenado por corrupção

GIL ALESSI -  São Paulo

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque foram condenados nesta segunda-feira (21) por envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Eles receberam penas de, respectivamente, 15 anos e quatro meses e 20 anos e 8 meses de reclusão. Na sentença, o juiz federal Sérgio Moro afirma que o petista intermediou o recebimento de 4,26 milhões de reais em propinas acertadas com a Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras para o Partido dos Trabalhadores. Alguns desses pagamentos foram contabilizados como doações oficiais e de campanha ao partido. O PT sempre negou qualquer irregularidade, e manteve Vaccari no cargo até sua prisão, em abril. A decisão é de primeira instância, e ainda cabe recurso.

"A lavagem [de dinheiro feita pelo ex-tesoureiro] gerou impacto no processo político democrático, contaminando-o com recursos criminoso", escreveu Moro na sentença. Vaccari é o segundo tesoureiro da legenda a ser condenado por envolvimento em escândalo de corrupção: seu antecessor, Delúbio Soares, foi sentenciado em 2012 a oito anos e 11 meses de prisão por sua participação no caso do mensalão.

Já Duque recebeu 36 milhões de reais em pagamentos escusos. Sua pena é a mais alta imposta até o momento contra envolvidos no esquema de corrupção da estatal. Em seu despacho, Moro decretou o confisco de 43,4 milhões de reais de contas off-shores no Panamá e em Mônaco, que pertenceriam ao ex-diretor.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, empreiteiras pagavam propinas a Vaccari para conseguir contratos com a Petrobras. A pena de Duque é a mais alta imposta até o momento contra envolvidos no esquema de corrupção da estatal.

A condenação de Vaccari aprofunda ainda mais a crise no partido da presidenta Dilma Rousseff, e deve dar mais munição à oposição no Congresso. O PSDB e o DEM já se articulam abertamente para pressionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), a analisar os pedidos de impeachment enviados à Casa. Além disso, a crise econômica e o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estão sob ataque de integrantes da própria base governista. Até mesmo senadores e deputados petistas disseram que a proposta irá minar ainda mais as bases de apoio social da presidenta.


Vaccari e Duque, que também são réus em outras ações da Lava Jato, foram condenados por lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção, e terão que pagar multas para ressarcir os cofres públicos. Na mesma sentença, que envolve um dos vários processos da Lava Jato, também foram condenados os delatores Pedro Barusco (dois anos de prisão em regime aberto), Augusto Mendonça (executivo da Toyo Setal, quatro anos em regime aberto), o doleiro Alberto Youssef (teve a pena suspensa por colaborar com a Justiça), o operador Mario Goes (regime aberto até 2016) e o lobista Julio Camargo (5 anos em regime aberto), este último ligado ao PMDB. Todos eles haviam recebido penas maiores, que foram reduzidas devido aos acordos de delação.

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